O dólar fechou em alta, alcançando R$ 5,47, impulsionado pela escalada das tensões entre Israel e Irã, além de dados que indicam resiliência da economia dos Estados Unidos. Esses fatores levaram investidores a buscar refúgio na moeda americana, pressionando o câmbio no mercado global. A valorização da moeda norte-americana eliminou a recente apreciação do real, que havia ocorrido após o upgrade de rating concedido pela agência Moody’s.
No Brasil, o cenário fiscal continua sendo motivo de preocupação para investidores. Apesar disso, o anúncio de uma Medida Provisória (MP) que pode gerar mais de R$ 16 bilhões em arrecadação adicional para 2025 ajudou a conter a depreciação do real no final do pregão. Ainda assim, o mercado segue atento ao risco fiscal, o que mantém o câmbio pressionado.
O impacto dos conflitos no Oriente Médio
O conflito entre Israel e Irã aumentou a aversão ao risco nos mercados globais. Esse cenário fez com que os investidores buscassem proteção no dólar, uma moeda que é tradicionalmente vista como um porto seguro em momentos de incerteza internacional. Com isso, o dólar fecha em alta de 0,53%, atingindo R$ 5,47, um patamar preocupante para a economia brasileira.
O índice DXY, que mede o valor do dólar em comparação a uma cesta de moedas fortes, também subiu 0,31%, alcançando 101,89 pontos, o maior nível desde agosto. Essa alta no dólar reflete, além do cenário de incerteza geopolítica, a força da economia americana, que apresentou sinais de resiliência em dados recentes.
Cenário fiscal no Brasil
Internamente, as preocupações com a situação fiscal do Brasil também contribuem para a pressão sobre o câmbio. A elevação do rating brasileiro pela Moody’s, que trouxe otimismo no início da semana, foi rapidamente ofuscada pela percepção de que as condições fiscais do país ainda não são sustentáveis.
Segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o Brasil precisará de um “choque fiscal” para manter juros baixos no longo prazo. Ele afirmou que as expectativas de inflação estão desancoradas, o que exige ajustes para que a taxa real de juros possa cair. Esse discurso reforça a necessidade de responsabilidade fiscal para estabilizar a economia.
No entanto, a Medida Provisória anunciada pelo Ministério da Fazenda, que prevê uma arrecadação extra de R$ 16 bilhões em 2025, trouxe um alívio momentâneo para o real. A medida estende o prazo para instituições financeiras deduzirem perdas por inadimplência do cálculo do IRPJ e CSLL, e essa arrecadação adicional não estava prevista no orçamento de 2025.
O impacto do petróleo
Outro fator que ajudou a limitar a desvalorização do real foi o aumento de 5% nos preços do petróleo, tanto em Londres quanto em Nova York. O Brasil, como exportador da commodity, se beneficia de uma alta nos preços internacionais. Esse cenário contribuiu para que o real não perdesse ainda mais valor frente ao dólar no final do dia.
Em resumo, a alta do dólar reflete uma combinação de fatores internacionais, como o conflito no Oriente Médio e a força da economia americana, além de preocupações fiscais domésticas. O mercado segue atento aos desdobramentos tanto externos quanto internos, que continuarão influenciando o comportamento do câmbio nos próximos dias.
Considerações finais
Com o dólar fechando em alta de 0,53%, a R$ 5,47, o cenário para o câmbio no Brasil permanece desafiador. A combinação de incertezas internacionais e um cenário fiscal ainda delicado mantém os investidores cautelosos. A busca por segurança em momentos de instabilidade global, somada à fragilidade econômica local, tem impactado diretamente o valor da moeda americana.
No entanto, a recente Medida Provisória do governo e a alta do petróleo serviram como fatores moderadores para a desvalorização do real, apontando que o mercado continua reagindo de maneira complexa a múltiplos fatores. Nos próximos dias, será essencial acompanhar os desdobramentos dessas questões para entender melhor o impacto no câmbio e na economia brasileira.